Mistérios de Sexta: A aparição de Nossa Senhora de Nazaré

Mães piedosas de toda parte do globo reuniam-se naquela
assembleia, tão solene quão paradoxalmente espontânea e leve. A certa hora da
madrugada, conforme o fuso horário de Paris, Catarina Labouré concentrou-se ,
mergulhando, em seguida, em profundo transe.

De seu corpo espiritual, em poucos minutos, desprendeu-se
significativo montante de massa esbranquiçada – o equivalente, em nosso domínio
de existência, ao ectoplasma de materializações mediúnicas.

Mais alguns instantes, e o volume enevoado, de consistência
entre leitosa e esponjosa, adquiriu formas progressivamente mais nítidas, até
que Se evidenciasse, ante nossa audiência de almas maternas, o Vulto
Sacrossanto de Maria de Nazaré.

Algumas de nossas irmãs, de origem católica, prostraram-se
imediatamente de joelhos; outras, provenientes do Oriente Médio e Extremo,
curvaram-se até tocar a fronte no chão. Lágrimas e sussurros de preces
preencheram o ambiente, enquanto as cariciosas e plenificantes Vibrações da Mãe
Maior nos envolviam e pervagavam os corações.

Sem haver qualquer esforço de tradução, todas captamos,
telepaticamente ou ouvindo no idioma de preferência de cada qual, as
sapientíssimas palavras da Mãe Espiritual da Terra.

“Amor, caridade e fraternidade.”

E, depois de uma pausa reflexiva:

“Amor para com todas as criaturas. Caridade para com as mais
necessitadas. Fraternidade para com os agentes do mal.

O que implica dizer:

Generosidade para com os que já amamos. Disciplina no
serviço àqueles a quem devemos assistência. E justiça solidária em relação aos
que ainda transitam nas esferas da delinquência.

Tal é a Lei Divina. Tal é o único caminho para a consecução
de todos os objetivos de realização profunda, transcendência e felicidade, para
indivíduos e povos, hoje e sempre.”